Cobras do Milho








Nome Científico: Pantherophis guttatus guttatus

Nome Comum: Corn Snake ou Cobra do Milho


DESCRIÇÃO

As Cobras do Milho são serpentes relativamente pequenas da família dos Colubrídeos. Surgem numa infinidade de mutações e cores, sendo a normal com pigmentos vermelho amarelo e preto. São das serpentes mais apropriadas para iniciantes. São activas, ao contrário de muitas pythons e boas. Apresentam-se mais activas ao amanhecer ou ao anoitecer.

O nome destas cobras deve-se ao facto de terem sido descobertas em campos de milho. Na primeira fase, os agricultores pensaram que comiam o milho, mas como a maioria das cobras, elas comem ratos e sapos. Estas serpentes são encontradas na metade sul do México e os E.U.A. São conhecidas por serem capazes de prosperar em quase qualquer ambiente, tais como campos, florestas e áreas agrícolas.

Comprimento:  120cm -180cm

Longevidade: (Cativeiro) Podem viver mais de 18 anos. Existem relatos de cobras que viveram mais de 22 anos.

Origem: USA

Habitat Natural: Florestas com pinheiros, morfologia rochosa, prados, colinas e perto de campos cerealíferos e silagens. Encontram-se frequentemente em armazéns de cereais (milho), procurando roedores que se alimentam dos cereais. É uma espécie terrestre passando por isso a maior parte do tempo no chão, mas ocasionalmente podem procurar sítios altos.

CUIDADOS

As cobras do milho dão excelentes animais de companhia uma vez que será muito improvável que ela tenha um mau temperamento ou morda. Quando se sentem ameaçadas, procuram sempre o refúgio, ao invés de atacar e morder. Ocasionalmente podem agitar a cauda em sinal de aviso a potenciais predadores. É um comportamento normal e devemos habitua-las ao manuseio com bastante frequência.

MANUSEAMENTO

As cobras do milho são muito activas e apreciam estar fora do terrário para se exercitarem. Devemos ter o máximo cuidado para não as deixar cair enquanto as seguramos, por isso dê sempre um bom suporte. O manuseamento deve ser em media 10-15 min., 3-4 vezes por semana. A questão da higiene das mãos com um bom sabão anti-séptico antes do manuseamento é importante. Isto é ainda mais importante se lidar com vários espécimes para não existirem contaminações cruzadas.

ALIMENTAÇÃO

As Cobras do milho alimentam-se de roedores com tamanhos adequados à sua boca. A presa deverá ter a mesma largura que uma vez e meia o tamanho da cabeça da cobra. As cobras acabadas de eclodir dos ovos, começam a alimentar-se de pinkies, um cada 5-6 dias, aumentando a partir daqui gradualmente o tamanho dos ratinhos a cada 7-14 dias, à medida que vão crescendo. As cobras muito grandes podem necessitar de 2 ratos adultos por refeição. Também apreciam outros roedores como gerbos, hamsters e ratazanas bebés.

Não deve habituar a sua cobra a alimentar-se de presas vivas, mesmo ratinhos pequenos podem provocar sérios traumatismos. Compre ratos congelados e na hora da refeição deverá descongela-los e seguidamente aquece-los perto de uma fonte de calor para maior apetência da cobra. Nunca a alimente com ratos selvagens pois eles trazem muitos parasitas. É aconselhável manusear a cobra apenas 48hapós a refeição para evitar que regurgite o alimento. É preferível alimenta-la fora do terrário para evitar que ingira pedaços de substrato junto com a presa. O resultado pode ser uma obstrução com graves repercussões para o animal.

Quando a cobra está relutante em comer, podemos recorrer a algumas técnicas para a encorajar a alimentar-se. Uma técnica é descerebrar o rato. As cobras são muito atraídas pelo odor do cérebro de roedores, por isso se cortar o crânio para expor o tecido cerebral, é mais provável que elas se alimentem.  

MUDAS

As cobras do milho, como todas as outras cobras, mudam a camada externa da pele periodicamente ao longo das suas vidas. As mais jovens fazem-no com mais frequência que as adultas mas, de uma maneira geral este processo ocorre várias vezes por ano

Preecdise é o nome dado às alterações fisiológicas que ocorrem como preparação para a muda. Isto inclui uma aparência baça esbranquiçada, inactividade, falta de apetite e uma coloração azul acinzentada dos olhos. Nesta altura ela irá seguramente recusar alimento e procurará esconder-se se for manuseada. Poderá ter atitudes mais defensivas devido à falta de visão.
Nesta altura deveremos ter a preocupação de elevar a humidade para manter uma boa hidratação da pele. Isto pode conseguir-se colocando um grande recipiente de água para dar a oportunidade da cobra se colocar dentro de água se quiser. Poderá também borrifar o terrário com água com alguma frequência. Outro truque consiste na colocação de uma toca húmida. Esta pode ser feita com uma caixa de plástico com um furo, com musgo húmido no seu interior.

A Ecdisie é a libertação da pele em si. Normalmente inicia-se com o esfregar da cabeça pelas rochas e troncos até conseguir libertar a pele da cabeça. Uma vez conseguido, ela irá rastejar friccionando o corpo pelas superfícies rugosas até se libertar completamente da pele velha. Verifique sempre a pele saiu completa dando especial atenção aos olhos e região terminal da cauda. Se necessário dê banhos mornos à sua cobra e remova cuidadosamente com um pano húmido.

TERRÁRIO

As Corn Snakes não são exageradamente activas e por isso não necessitam de terrários muito grandes. Um terrário de tamanho médio é o suficiente. Este deverá ter um mínimo de 40 cm quadrados por cobra e cerca de 1/3 do comprimento total da cobra em altura.

Estas cobras são fugitivos exímios por isso o terrário deve ser cuidadosamente pensado. Como elas defecam pouco, com a recolha regular das fezes, o terrário só necessita ser completamente limpo a cada 3-5 semanas. Nesta limpeza todos os elementos do terrário devem ser desinfectados, com produtos seguros para répteis. Regra geral os desinfectantes usados para os biberões de bebés servem para este efeito.

SUBSTRATO

Podem ser usados diversos tipos:

Papel Jornal: Diferentes camadas de papel de jornal. É relativamente absorvente, e barato. No entanto certas tintas empregues podem ser tóxicas. Utilize folhas com pouca impressão. As toalhas de cozinha de papel também são relativamente baratas e fáceis de utilizar.

Coco-Husk: Este substrato da é muito barato e dá uma aparência mais naturalista ao terrário. É mais adequado quando são necessários maiores índices de humidade e é facilmente substituído.   

ÁGUA

Todas as Cobras do Milho precisam de água fresca e potável diariamente. Deve ser fornecida num recipiente de tamanho médio e suficientemente pesado para que a cobra não o entorne. Os Water Dish, da Exoterra, são a melhor opção pois satisfazem estes requisitos para além de esteticamente dão um ar natural ao terrário.

Sendo de tamanho adequado, o recipiente, também pode servir para os banhos regulares da cobra. Caso ela defeque na água esta deve ser substituída imediatamente.

TEMPERATURA E HUMIDADE

As cobras do milho são animais de sangue frio e necessitam da temperatura exterior para fazer a termo regulação. Na natureza procuram zonas de sol para se aquecerem e sombras para arrefecerem. A temperatura ideal para o terrário deverá ser num gradiente entre 21-28ºC.

Podemos providenciar calor com tapetes de aquecimento com termóstato, ou uma lâmpada de aquecimento devidamente protegida para evitar que ela se queime.

Tapetes de aquecimento devem ser colocados em 1/3 a ½ da superfície do terrário, para que a cobra possa fazer a termo regulação.

Cabos de aquecimento são também uma boa alternativa de aquecimento uma vez que existem em diverso tamanhos e potencias, para além da facilidade de colocação dentro ou fora do terrário.

As cobras do milho não exigem níveis específicos de humidade mas apreciam pulverizações esporádicas que as ajudem nas fases de muda.

ILUMINAÇÃO

Recomenda-se que seja luz artificial num padrão horário que minimize os ciclos de luz natural (12h aprox.). A lâmpada UVB 2.0 é a lâmpada que melhor responde às necessidades desta espécie. É também aconselhável usar termómetros nas duas extremidades do terrário junto à superfície do substrato que é onde a cobra passa mais tempo, para monitorizar as temperaturas mais baixas e mais altas. Sendo assim na região mais quente deverá rondar os 28-20ºC e na zona fria 21ºC.

ESCONDERIJO 

Todas a cobras do milho necessitam algum local para se esconderem e podem ficar stressadas se isto não acontecer. Podem ser utilizados rolos de papel vazios, caixas ou vasos de plástico invertidos.

Idealmente deverá ser proporcionado um esconderijo na zona quente e outro na zona fria.

SEXAGEM

A sexagem pode ser feita mediante diversas técnicas diferentes. No entanto apenas duas são realmente eficazes que são através de sonda e “popping”. No entanto qualquer uma destas técnicas deve ser executada por pessoas com qualificação para não provocar traumatismos graves nos animais.

PROBLEMAS DE SAÚDE

Ácaros: Os ácaros são parasitas muito pequenos de aspecto escuro que se alojam entre as escamas da sua cobra e alimentam-se de sangue. Estes podem ser facilmente encontrados à volta dos olhos, boca, e sob as escamas. Se ela se apresentar letárgica e recusar alimento poderá estar infestada. Se verificar que ela tem este problema deverá dirigir-se a um veterinário para obter aconselhamento e resolver este problema.

Infecções Respiratórias: Estas infecções de origem bacteriana, são habitualmente provocadas por más condições de maneio. Baixa temperatura, demasiada humidade ou mesmo transmissão directa. Os sinais são sibilos ao respirar, salivação excessiva e corrimento nasal. Parecem bocejar com frequência enquanto tentam respirar. Estas infecções podem tornar-se graves devem ser devidamente acompanhadas por um Médico Veterinário, para a tratar com antibióticos adequados. 

MAIS INFORMAÇÕES

Esta Care sheet é apenas um simples guia passo-a-passo para manter Cobras do Milho com sucesso, no entanto, muitas dúvidas poderão surgir. Se tiver questões sobre este assunto poderá contactar-nos por email.

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